segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Chama Olímpica



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chama_Ol%C3%ADmpica

A Chama Olímpica é um dos símbolos dos Jogos Olímpicos, e evoca a lenda de Prometeu que teria roubado o fogo a Zeus para o entregar aos mortais. Durante a celebração dos Jogos Olímpicos antigos, em Olímpia, mantinha-se aceso um fogo que ardia enquanto durassem as competições. Esta tradição foi reintroduzida nos Jogos Olímpicos de Verão de 1928. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936, pela primeira vez ocorreu uma estafeta de atletas para transportar uma tocha com a chama, desde as ruínas do templo de Hera em Olímpia até ao Estádio Olímpico de Berlim, como uma maneira de promover a ideologia Nazista.

Na antiguidade, o fogo era considerado sagrado por muitos povos, incluindo os gregos, que tinham uma lenda segundo a qual o fogo teria sido entregue aos mortais por Prometeu que o roubara de Zeus. Devido à importância do fogo, em muitos templos eram mantidas chamas acesas permanentemente. Este era o caso do templo de Hestia na cidade de Olímpia.

Segundo se sabe, a tradição de manter um fogo aceso durante os Jogos Olímpicos remonta à antiguidade, quando se efectuavam sacrifícios a Zeus. Nessas cerimónias, os sacerdotes acendiam uma tocha e o atleta que vencesse uma corrida até ao local onde se encontravam os sacerdotes teria o privilégio de transportar a tocha para acender o altar do sacrifício. O fogo era então mantido aceso durante os Jogos como homenagem a Zeus.

Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1928, em Amsterdã, o arquiteto neerlandês Jan Wils incluiu no desenho do estádio olímpico uma torre e teve a ideia de acender nela uma chama durante os jogos. Na cerimónia de abertura, em 28 de Julho de 1928, um empregado da empresa de electricidade de Amesterdão acendeu a primeira pira olímpica, na torre chamada Marathontower.

Quatro anos mais tarde, nos Jogos Olímpicos de Verão de 1932, voltou-se a acender uma chama durante os Jogos no Estádio de Los Angeles. Durante a cerimónia de encerramento foi apresentada uma citação de Pierre de Coubertin que dizia: "Que a Tocha Olímpica siga o seu curso através dos tempos para o bem da humanidade cada vez mais ardente, corajosa e pura"

Em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim, Carl Diem concebeu a cerimónia do transporte da chama Olímpica desde o antigo local de realização dos Jogos em Olímpia na Grécia, até ao estádio onde se realizavam os Jogos. Mais de 3000 atletas realizaram uma estafeta para transportar a tocha desde Olímpia até Berlim, onde o corredor Fritz Schilgen acendeu a chama na cerimónia de abertura a 1 de Agosto. A estafeta da tocha passaria a fazer parte dos Jogos Olímpicos.

Também nos Jogos Olímpicos de Inverno, a chama Olímpica ardeu nos Jogos de Inverno de 1936 e de 1948, mas a primeira estafeta da tocha teve lugar no Jogos de 1952. Nessa ocasião, o fogo não foi ateado em Olímpia mas sim em Morgedal, na Noruega, na lareira da casa de Sondre Norheim, que foi o pioneiro do desporto de esqui. Foi também aí que foi ateado o fogo nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1960 e 1994. Excepto esses anos e em 1956, ano em que foi acesa em Roma, em todos os outros Jogos de Inverno a chama foi acesa em Olímpia.

Uns meses antes de cada realização dos Jogos Olímpicos (a data exata varia de acordo com a duração do percurso até ao Estádio Olímpico), a chama é ateada em Olímpia, frente às ruínas do templo de Hera, numa cerimónia que pretende recriar o método usado na antiguidade e que se destinava a garantir a pureza da chama: actrizes representando sacerdotisas de Hestia colocam uma tocha na concavidade de um espelho parabólico que concentra os raios da luz do Sol que, agora como na antiguidade, acende a chama que marcará o início de mais uma realização dos Jogos.

Em seguida, a chama é transferida para uma urna que é levada até ao local do antigo estádio. Aí a chama é usada para acender a tocha olímpica, transportada pelo atleta que fará o primeiro percurso da estafeta, que conduzirá a chama ao longo do percurso até ao estádio onde se realizam os Jogos.

Como prevenção, uns dias antes acende-se uma chama, usando o mesmo método, que é então mantida acesa para ser usada caso o céu esteja nublado no dia da cerimónia. Para os Jogos Olímpicos de Inverno o procedimento é semelhante, excepto que a passagem da chama para o primeiro estafeta é feita em frente ao monumento em homenagem a Pierre de Coubertin.

Ao longo do tempo manteve-se a tradição de transportar a tocha Olímpica com uma estafeta de atletas, mas em certas ocasiões utilizaram-se meios de transporte especiais, quer por motivos de necessidade, quer por motivos de espectacularidade.

A chama Olímpica viajou de barco pela primeira vez para atravessar o Canal da Mancha em 1948 e teve o seu baptismo de voo quando foi transportada em avião para Helsínquia em 1952. Devido às restritivas leis de quarentena em vigor na Austrália, nos Jogos Olímpicos de Verão de 1956 os eventos de equitação realizaram-se separadamente e a tocha olímpica foi transportada a cavalo no seu percurso até Estocolmo, onde se realizaram as provas equestres.

Em 1976 foram utilizados meios espectaculares para transportar a chama. O fogo foi transformado num impulso eléctrico que foi enviado desde Atenas, via satélite, até ao Canadá onde foi reacendido por um feixe de laser. Em 2000 a tocha foi transportada debaixo de água por mergulhadores perto do Grande Barreira de Coral. Outros meios de transporte fora do comum incluíram a utilização de pirogas, camelos e o avião supersônico Concorde.

É já tradicional que o acender da chama durante a cerimônia de abertura do jogos seja efetuado de forma original e espetacular. Nos Jogos de Barcelona 1992, o arqueiro paraolímpico Antonio Rebollo disparou uma flecha com fogo até a Pira Olímpica desde o lado oposto do estádio. Porém ele errou o alvo e a Pira Olímpica foi acesa através de um dispositivo elétrico. Dois anos mais tarde, em Lillehammer 1994, a tocha Olímpica entrou no estádio transportada por um saltador de esqui, e a honra de acender a pira coube a S.A. Principe Haakon da Noruega. Em Pequim 2008 a tocha foi levada por Li Ning, que, suspenso por cabos, sobrevoou a circunscrição do estádio até atingir a Pira olímpica.

Em Moscou 1980, Sergei Belov subiu até a pira passando por cima da platéia que segurava placas formando um caminho.

Em todas as Olimpíadas, o atleta sobe até o local da pira e a acende. Em Atenas 2004, pela primeira vez a pira veio "receber" o fogo, simbolizando a volta das Olimpíadas à Grécia; enquanto Nikolaos Kaklamanakis cruzava o corredor no meio dos atletas, a pira se "curvava" para receber o fogo.

Mas nem sempre tudo corre bem. Nos Jogos de Sydney em 2000, o mecanismo que transportava a pira parou, ficando este suspenso durante cerca de três minutos, após o que continuou a sua subida até à torre.

Com o tempo tornou-se também tradição que o último dos corredores que transportasse a tocha fosse um atleta ou ex-atleta famoso. O primeiro deles foi o campeão Olímpico Paavo Nurmi em 1952. Mais recentemente, entre esses famosos "finalizadores" da estafeta da tocha, incluem-se o craque francês de futebol, Michel Platini (1992) e o campeão de pesos pesados de boxe, Muhammad Ali (1996).

Noutras ocasiões, as pessoas que acendem a chama no estádio não são famosas mas mesmo assim representam os ideais olímpicos. O corredor japonês Yoshinori Sakai nasceu em Hiroshima a 6 de Agosto de 1945, o dia em que a bomba nuclear destruiu aquela cidade. Ele simbolizou o renascimento do Japão após a II Guerra Mundial, quando acendeu a chama nos Jogos de Tóquio em 1964. Nos Jogos de Montreal, em 1976, dois adolescentes, um da parte francófona e outra da parte anglófona do Canadá, simbolizaram a união do país.

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